quarta-feira, 20 de junho de 2018

Luís Pereira fala da Final Paulista de 1974

"... a hora que entrou o Corinthians, tu via tudo aquilo...é de arrepiar...é de arrepiar. Eu se tô num time desse eu corria até mais do que...sabe?" Esse depoimento do Luis Pereira foi um relato do que tivemos aquele dia no Morumbi. Eu tinha 13 anos e foi a minha primeira grande tristeza na vida. O Palmeiras entrou primeiro, sob vaias. O Corinthians demorou muito para subir e quando entrou em campo o estádio quase veio a baixo. Eram praticamente 120 mil corinthianos que, ao final, transformaram o Morumbi em um imenso velório.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Entrada Em Campo do Corinthians Final 1974



De um público total de 121 mil pessoas, entre 115 e 118 mil eram corinthianas. Palavras do Leão, goleiro palmeirense: "Quando nós subimos as escadas do Morumbi, percebemos que 95% era corinthiana. Mas para nós não tinha muito problema porque nossa equipe era muito boa".

Entrada em Campo do Corinthians na Final do 1T de 1974



Já publicamos aqui no blog esta entrada em campo em 1974 contra o São Paulo, mas este vídeo traz a entrada de um ângulo diferente.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Isso é futebol e é isso que nós perdemos

O futebol brasileiro, cada vez mais asséptico e elitista

O futebol brasileiro, sobretudo depois da Copa do Mundo, com as novas arenas, está traçando um caminho que o distancia da sua tradição que sempre esteve envolta pela ligação de emoção entre o campo e a arquibancada. Está se tornando uma relação fria, comercial. É evidente que há boas práticas na Europa que nos seriam úteis, como a extrema organização, por exemplo. Mas temos características culturais que devem ser preservadas, entre elas, até mesmo aquelas que poderiam significar como defeitos, quando comparadas com uma organização supostamente perfeita. A grande escritora Clarisse Lispector disse, ou escreveu que "...até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro". Vejo que corremos o risco de o nosso futebol virar algo anódino, que mitiga a "dor" da violência entre torcidas mas cria um clima alheio à tradição do nosso futebol.
No caso do nosso Corinthians, acho muitíssimo chato essa história de não haver mais a "entrada em campo" ( que é aquilo que nomeia este blog). Agora os dois times se perfilam e entram juntos, andando pausada e paralelamente, com os árbitros logo à frente, como se fôssemos participantes de uma Champions League tropical.

A mim sempre me pareceu um equívoco o Corinthians construir um estádio pequeno, sofisticado e num caminho de elitização do seu  público, sobretudo quando o estádio está situado num bairro popular e populoso como Itaquera. A torcida do Corinthians deveria ser considerada como parte do espetáculo até de quem paga caro para ir para um estádio. Esta é a política do popular, como o Corinthians, Borussia Dortmund, que coloca em todos os jogos, 80 mil espectadores. O vídeo abaixo é sintomático e exemplo do que estamos falando.

domingo, 17 de agosto de 2014

Arena Corinthians

A questão do Estádio
Ninguém há de discordar que a efetivação do antigo projeto, tantas vezes postergado, da construção do estádio corinthiano é um ganho e tanto. É como um sonho realizado. Mas isso não quer dizer que não mereça críticas ou reparos.
Primeiro, eu penso  que a construção do estádio em Itaquera é correta e remonta o final dos anos 70 quando o Corinthians recebeu o terreno na contrapartida, ainda, da perda de parte significativa da área do Parque São Jorge quando da construção da Marginal Tietê. Construir em Itaquera requereria o entendimento do perfil da região o que, parece, não foi levado em consideração no momento do planejamento. Construiu-se um estádio com características espaciais que projetam a presença de um público, na sua maioria, não morador das regiões do entorno do estádio. Para esse  público que se quer, haveria que se pensar em uma logística de transporte que contrapusesse a desestimulantes distância do estádio. Mais do que isso, mesmo esse público de maior poder aquisitivo, ele só pagará mais caro pelo ingresso de forma sistemática, se houver uma contrapartida, ou seja, que o time tenha sempre jogadores estrelares ou que esteja sempre disputando títulos. Essa é uma mudança de perfil de público que altera em muito a relação do Corinthians com a sua torcida tradicional. Não levar essa, mais do que significativa mudança em conta, demonstra que o planejamento teve arestas que, premeditadamente ou não, não foram preenchidas.

NÃO É VERDADE ABSOLUTA QUE A ELITIZAÇÃO DO PÚBLICO TRAGA RETORNOS FINANCEIROS GARANTIDOS
A Arena Corinthians tem, supostamente, uma capacidade de 48 mil lugares( digo “supostamente” porque parece ser menor, vide a capacidade disponibilizada para a Copa, de 62 e não 68 mil lugares mesmo com o aumento provisório de 20 mil lugares), portanto, seriam quase 10 mil a mais do que o Pacaembu. Ainda assim, diminuiu-se o espaço para a camada mais popular.  Temos aqui, claramente, um contrassenso.  No Pacaembu, região central e abastada, o Corinthians tinha uma média de 28 mil pessoas por jogo mas, corriqueiramente, as cadeiras azuis, numeradas, descobertas e, sobretudo as cobertas, ficavam invariavelmente com baixa taxa de ocupação. O que leva a diretoria atual a acreditar que, passada a curiosidade inicial, que os setores leste e oeste do estádio, mais caros do que eram no Pacaembu, fiquem cheios? Poderíamos entender talvez que os preços altos neste momento são, de fato, uma oportunidade de negócio, estimulado pelo momento de novidade que o estádio proporciona, mas, mesmo assim, o setor oeste tem ficado com pouca ocupação. Contudo, ocorre que, mesmo que tenhamos este entendimento, a concepção da arena está posta, e ela privilegia, na sua espacialidade, a elitização do público. Talvez essa concepção tivesse sucesso em uma região central da cidade, com maior poder aquisitivo. Um estádio moderno, mais confortável que o Pacaembu, traria provavelmente um público não costumeiramente freqüentador de estádios, o que acarretaria em receitas atraentes ao clube. Ocorre, entretanto, que o estádio foi construído em Itaquera, região com um outro perfil sócio-econômico. Numa região como esta, repleta de torcedores corinthianos e que são potenciais “clientes” do clube, um estádio traria retorno financeiro se tivesse sido planejado para não excluir esse seu “cliente” em detrimento do torcedor mais abastado.  Para isso, o exemplo do Borussia Dortmund nos é importante.

O BORUSSIA DORTMUND COMO EXEMPLO
O Borussia Dortmund, assim como o Schalke 04, são clubes alemães, como o Corinthians, de origem e apelo popular. Mas vamos nos concentrar no Borussia. O clube da região da Renânia tem um estádio para 80 mil pessoas e, como todos os clubes alemães, tem taxa de ocupação praticamente de 100%. Na maior parte do estádio  é mais barato ver o Borussia jogar do que era ver o Corinthians no Pacaembu. E o Borussia fatura muito com o seu estádio. Como cabem 80 mil pessoas, isso permite ao clube ter uma política de ingressos variada. Há muitos ingressos populares, mas há também, ainda que numa proporção menor, ingressos bem caros. E a ideia é simples, mas como toda boa ideia simples, é inteligente. Os Vips pagam caro não só para verem o time em campo. Eles pagam caro para poderem assistir  ao espetáculo que a Muralha Amarela, a torcida popular do clube, proporciona. O espetáculo é até subsidiado pela diretoria. Trata-se de uma inteligente via de mão dupla. O Corinthians – como nos informa o vice presidente Luis Paulo Rosenberg ( ver em https://www.youtube.com/watch?v=Xv2IqKSrCpY )– não quer isso. Pretende ter no seu estádio um clima mais, digamos, “clean”, sem a torcida popular. Pretende mais um clima de teatro do que de estádio e isso tudo em um estádio situado em Itaquera.
Entendo, assim, que o estádio partiu de uma concepção equivocada. Será que existiria uma alternativa? A Arena Corinthians é um estádio médio, de pouco mais de 40 mil lugares. Popularizar os preços dos ingressos não iria ao encontro do seu projeto arquitetônico e talvez não traria também as receitas desejadas, em função da pouca capacidade. Ainda assim, será melhor uma adequação dos preços, visando a ocupação total, com a compatibilização entre oferta e procura, mesmo que baixando a expectativa da diretoria de receitas muito altas. Mas a alternativa que me pareceria melhor,  seria a adequação da capacidade do estádio com o perfil de público da região em que está situado., o que significa ter  como perspectiva futura a ampliação do estádio. Mas aqui temos um outro problema. Em palestra, antes da sua inauguração , o arquiteto Aníbal Coutinho, responsável pela obra, disse que o estádio está preparado para uma eventual ampliação mas, não seria nada próximo do que ocorreu para a Copa do Mundo, com a ampliação de 20 mil lugares, 10 mil no setor sul e mais 10 mil no setor norte. Parece que o consenso é que houve descaracterização do projeto arquitetônico com esta ampliação. Deduz-se, assim, que uma eventual ampliação, respeitando as características arquitetônicas, seria, digamos, algo não maior do que 10 mil lugares, divididos entre os setores norte e sul. Ou seja, não seria o suficiente para uma alteração drástica da política de ingressos: de elitizados, ou seja, ingressos caros com carga menor, para mais populares, ou seja, uma política de obter receitas pela quantidade maior de ingressos, através de preços mais baratos.
Dessa forma, me parece que a solução seria um meio termo: não perder a perspectiva de aumentar, ainda que apenas com 10 mil lugares, não desconfigurando o projeto arquitetônico, aumentando um pouco os setores populares e permitindo uma, ainda que não a ideal, flexibilização da política de ingresso. Enquanto isso não é feito, me parece fundamental a adequação dos preços, tendo como equação, um estádio com todos os setores ocupados. O estádio está aí, com uma concepção que eu sempre achei equivocada, mas nem por isso deve-se deixar de uma busca pelas melhores soluções. Com um bom planejamento, não vai dar para chegar no Borussia, mas, ao menos, pode-se ampliar a capacidade de arrecadação mas sem perder de vista, uma compatibilização com a torcida corinthiana e a sua tradição de gerar emoção e espetáculo. 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

domingo, 7 de agosto de 2011

A mais Fiel das torcidas. Anos 40,50,60,70,80,90,2000 ate 2009

Corinthians Campeão 1995 - Entrada em campo

Final de 1977

Essa o Timão não levou mas a torcida deu show

Corinthians x Inter (Entrada em campo no Beira Rio na Final 76)

CORINTHIANS 2X1 INTER 21/11/1976

Um dirigente do Inter disse após o jogo, que a "torcida ganhou o jogo". O Inter, de fato, tremeu com a entrada do Corinthians em campo e com três minutos de jogo já perdia por 2 a 0.

Corinthians maior entrada campo do Pacaembu 1974

A Invasão Corinthiana - 1976, pelo Canal 100



O vídeo abaixo tem aparecido com um impedimento qualquer. Mas por este link, chegamos até ele:
http://www.youtube.com/watch?v=T6Du65P8cG8 


Invasão Corinthiana no Maracanã em 1976 na voz de Osmar Santos!!!

"O Rio é uma cidade ocupada"

Por conta da invasão da torcida do Corinthians em 1976 no Rio, Nelson Rodrigues publica crônica no Jornal O Globo

Invasão Corinthiana por Nelson Rodrigues
Uma coisa é certa: não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia,
acontece a grande vitória. Ainda digo mais: já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim,
quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.

Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do
timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela. Ali, chegavam os
corintianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.

A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no
seu caderninho: "O Rio é uma cidade ocupada". Os corintianos passavam a toda hora e em toda parte. .......

Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time. Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel.

Um amigo me perguntou: "E se o Corinthians perder?" O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os
corintianos, quando faziam um prévio carnaval.

Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não
entendiam e até se assustavam. Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca. Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca.

Não cabe aqui falar em técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate.

A torcida não parou de incitar. Vocês percebem? Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca.

NELSON RODRIGUES era fluminense e publicou este texto no GLOBO em 6/12/76, dia seguinte ao Fluminense x Corinthians.

Por conta da invasão da torcida corinthiana no Rio em 1976, Ziraldo publica a charge abaixo no Jornal O Globo

Contra a Ponte Preta em 1977




Luís Pereira fala da Final Paulista de 1974

"... a hora que entrou o Corinthians, tu via tudo aquilo...é de arrepiar...é de arrepiar. Eu se tô num time desse eu corria até mais do...